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História da Vacina

Publicado em: 9 de junho de 2016

A história da vacina se inicia há mais de mil anos no Continente Asiático, onde os chineses haviam desenvolvido a Variolização, que era o contato das secreções de pústulas de indivíduos infectados para indivíduos sãos, para induzir quadros leves da doença. Não era um método sem riscos, com taxas de letalidade de 1% a 2%, contra cerca de 30% da doença natural, que se propagou pelo continente asiático e africano, chegando a Europa no início do século XVIII.

EDWARD JENNER, um médico inglês, nascido em Glouscesteshire (1749-1823) observou que um número expressivo de pessoas mostrava-se imune à varíola. Todas eram ordenhadoras e tinham se contaminado com cowpox, uma doença do gado semelhante à varíola, pela formação de pústulas, mas que não causava a morte dos animais. Após uma série de experiências, constatou que estes indivíduos mantinham-se refratários à varíola, mesmo quando inoculados com o vírus.

Em 14 de maio de 1796, Jenner inoculou James Phipps, um menino de 8 anos, com o pus retirado de uma pústula de Sarah Nelmes, uma ordenhadora que sofria de cowpox. O garoto contraiu uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois, estava recuperado. Meses depois, Jenner inoculava Phipps com pus varioloso. O menino não adoeceu. Era a descoberta da vacina. E como eram as ordenhadeiras que desenvolviam cowpox e não adoeciam, daí resultou o nome do latim: vaccínia.

A partir de então, Jenner começou a imunizar crianças, com material retirado diretamente das pústulas dos animais e passado braço a braço. Amostragens chegaram ao Brasil em torno de 1840, trazidas pelo Barão de Barbacena, sendo utilizadas principalmente na proteção de famílias nobres. Posteriormente, o cirurgião Barão de Pedro Afonso, criou um Instituto privado para o preparo de vacina anti-variólica no país, sendo mais tarde encarregado pelo governo de estabelecer o Instituto Municipal Soroterápico no Rio de Janeiro, posteriormente, Instituto Oswaldo Cruz.

Mas a Vacina não foi muito bem aceita no Brasil, e em 1904, estourou a “Revolta da Vacina”, na então capital Rio de Janeiro, que passava por um período conturbado pela crise econômica e sanitária, com um Sistema de Saneamento básico falho, que repercutia em frequentes epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola.

O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade.

A vacinação contra a Varíola era obrigatória e mesmo seu objetivo sendo positivo, foi aplicada de forma autoritária e violenta, com agentes sanitários invadindo casas, ocasionando destruição de bondes e apedrejamento de edificações públicas, e culminaram com a Revogação da Lei da Vacinação Obrigatória, em 16 de Novembro de 1904, pelo presidente Rodrigues Alves.